Subscribe:

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Nem só de forró vivem as Festas Juninas!


Bandeirinhas coloridas. Muito milho. Forró. Comidas típicas. Fogueiras. Forró. Fogos de artifício. Bombas. Forró. Friozinho. Gente de fora. Forró. Balões. Barraquinhas. Forró. Festas no interior. Quadrilhas. Forró. Santos. Simpatias. E mais forró. Forró, forró e forró... Nessa época do ano aqui no nordeste, como todo mundo sabe, só dá forró.

A Festa Junina - que ao contrário do que muita gente pensa não surgiu por aqui - foi trazida pelos portugueses, pois nos países católicos da Europa ela já era celebrada, em homenagem a São João, primo de Jesus. A tradição da quadrilha também veio de fora, surgiu na Inglaterra e foi popularizada pela nobreza francesa. Chegando ao Brasil, no século 17, foram incorporadas, aos festejos juninos, as comidas feitas de milho, já que essa é a época de fartura do alimento, além de manifestações folclóricas e ritmos típicos de cada região. Aqui, é claro, o forró e o baião.

Mas nem só de forró vive o São João! Em junho do ano passado, pude vivenciar um San Juan, na Espanha. Fui a duas festas típicas do dia 23 de junho: Fiesta del Água e Fiesta del Fuego. A primeira, era numa pequena cidade chamada Lanjarón (famosa por ter uma das melhores fontes de água potável da Espanha), nas montanhas de Granada, onde todo mundo atirava água em todo mundo, munidos de baldes, pistolas e mangueiras. A cidade inteira participava jogando água nos "foliões" das varandas de suas casas. Um verdadeiro carnaval em pleno mês de junho, de onde NINGUÉM conseguia sair seco. Depois do fim da festa, lá pela meia-noite, era hora de descer para a praia, em Salobreña (na província de Granada tem serra e mar, e tudo é perto).


à caminho de Lanjarón

chegando...


preparação!


De semelhança com o São João do Brasil, só tinha mesmo a fogueira e a tradição de jogar um papelzinho com um desejo escrito, para que seja realizado. Nessa praia, além de uma fogueira gigantesca, tinha vários focos de música eletrônica, como se fossem pequenas raves espalhadas. Isso mesmo, música eletrônica ao invés de forró ou quadrilhas! Na Espanha, não existe um tipo de música típica nesses festejos. Muito menos comidas de milho (disso eu senti falta). Como eu detesto forró - contrariando as minhas raízes paraibanas - achei muito interessante o San Juan.


Mas, apesar da overdose de forró pela qual a gente é obrigado a passar aqui na Paraíba, eu gosto das festas juninas. Adoro o cheiro de milho, o clima mais ameno, me caracterizar de caipira nas festinhas particulares, os fogos, a alegria das pessoas e o todo o movimento de gente viajando pra lá e pra cá, indo para o interior e vindo de fora.

segunda-feira, 22 de junho de 2009

3 Tipos que Irritam


Existem vários 'tipos' de gente irritante por aí, cada um com a sua peculiaridade e seus 'manuais' de como encher o saco de alguém. Dentre tantos exemplares, destaco três tipinhos muito comuns que me irritam bastante e são, muitas vezes, pré-requisitos para eu não me aproximar (ou me distanciar, caso o meu radar falhe).

Aqui vão eles:


O pseudo-intelectual: é aquela pessoa que, depois de se exibir sobre diversos assuntos que considera inteligentes - baseado em opiniões intectualoides, de outras pessoas, que encontra muitas vezes através do Google - e depois de falar sobre diversos livros/filmes/bandas (que nem conhece tão bem), vem com aquele ar de desdém e a pergunta clássica: "Você não sabe quem é...?", "Você não conhece a banda...?", "Você não viu o filme...?" E faz isso em tom de surpresa. Provavelmente essa pessoa tem uma lista de bandas, que são de lá de onde "o vento faz a curva", que ninguém nunca ouviu falar e que só ele e os amiguinhos 'pseudos' dele escuta (ou nem isso). Também cita livros/autores chatos e/ou pouco conhecidos, diz que não lê best-sellers e só assiste a filmes considerados 'alternativos'. Tudo isso com a única e exclusiva finalidade de se exibir. Esse tipo é facilmente derrubado com um bom argumento inesperado, pois geralmente não domina o assunto que está falando, ou algo que ele não saiba (fica com cara de tacho).


A meiga-sonsa: não se deixe enganar pelo seu jeitinho meigo, sempre quietinha, boazinha, fofinha, 'inha' demais! Geralmente não costumo nem me aproximar de pessoas muito meigas, pois não suporto tanta 'fofura', mas claro que há excessões (desde que a pessoa além de meiga não seja sonsa). Esse tipo é capaz de aprontar mil-e-umas pelas suas costas, sair de vítima e ainda ter 'fãs' que babam o seu o ovo e acreditam que ela não fez aquilo por mal. A falsidade desse tipinho impera atrás de um sorriso, aparentemente doce.


O engraçadinho: bem comum entre os tiozões, esse tipo se acha super espirituoso e vem com piadinhas e comentários bem impertinentes ou de senso comum. Na maioria das vezes, não possuem 'semancol' e insistem num papinho ridículo e 'engraçadinho', mesmo se já tiverem levado um fora. As cantadas desses homens então... Sem comentários! São altamente broxantes, e às vezes até engraçadas (o que pode fazer uma menina rir de tamanha breguice e acabar fazendo com que o sem noção ache que tá abafando). É um tipo de mala sem alça de quem qualquer uma já foi, é ou será vítima.


É bom todo mundo estar com o seu radar anti-mala bem ligado para não cair nas 'graças' desses tipos. Porém, querendo ou não, você só acaba aprendendo a detectá-los de verdade depois que um deles cruza o seu caminho e deixa a sua marca.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Aconteceu há quase um ano na Bélgica...


Em julho do ano passado, quando morava na Espanha, tive a sorte de ir a um dos melhores festivais de música da Europa, o Rock Werchter. A primeira vez que ouvi falar desse festival, foi através da Julie, uma "compañera de piso" belga (uma das meninas que dividia apartamento comigo), mas só fui me interessar mesmo quando uma amiga me "apresentou" ao site do festival e me chamou pra ir, junto com outro amigo nosso. Foi ele quem, de fato, descobriu ESSE festival em meio a inúmeros outros que acontecem nessa época do ano por lá, em pleno verão europeu.

Fuçando o line up do Rock Werchter, que foi eleito o melhor de 2008, fiquei super empolgada com as atrações e, é claro, não ia perder essa oportunidade, já que tava perto de voltar pro Brasil e nunca tinha ido a um festival desses. Na programação tinha bandas como: Radiohead, R.E.M, The Verve, The Chemical Brothers, Moby, Beck, Kings of Leon, Kaiser Chiefs, The Raconteurs, Lenny Kravitz, Sigur Rós, Mika, entre muitos outros. Assim, formamos um grupo de 5 pessoas, que tavam fazendo intercâmbio em diferentes partes do continente e arrumamos nossas barracas e mochilas.

O festival acontece todos os anos, desde 1975, em Werchter, uma cidadezinha bem próxima a Bruxelas (na verdade, tudo é muito próximo nesse país), em meio a um campo verdinho, rodeado de árvores. No caminho encontramos muitas fazendinhas com vacas e casinhas típicas. E chegando lá, fomos em busca do nosso setor de camping, que é oferecido pelo festival pra quem quer passar os 4 dias. Era empolgante ver aquele mar de gente de várias nacionalidades, com as suas mochilas nas costas rumo ao Rock Werchter.

Foram 4 dias de muita música. Os shows iam de meio-dia a 2h da manhã, em dois palcos. Choveu quase todos os dias, fez frio à noite, muito calor de dia, deixamos nossos tênis podres de lama... Tivemos que comprar galochas e capa de chuvas, catamos copos descartáveis do chão durante os shows que não nos interessava - já que a cada 20 copos você ganhava 1 cerveja - enfrentamos filas pra tomar banho a 4 euros (o que nos fez optar por tomar banho dia sim, dia não), bebemos apenas cerveja, já que não tínhamos outra opção (só vendiam Stella Artois e não sabíamos disso), fizemos "amigos de festival" de várias partes do mundo, nos acabamos nos shows, enfim, curtimos tudo até quando já estávamos esgotados!

A organização desse festival é algo realmente impressionante. A começar pelo transporte: de qualquer parte da Bélgica você pode pegar um trem até a estação de onde sai vários ônibus, exclusivos, pro local do festival e são organizados a partir do setor do camping que as pessoas vão ficar. No final é a mesma coisa: além dos ônibus de volta, você pode pegar um trem de Bruxelas pra qualquer outro lugar, sem ter que pagar a mais por isso. Pela primeira vez na vida, encontrei milhares de banheiros químicos que ficavam limpos rapidamente a cada 30 minutos, mais ou menos, além de SEMPRE ter papel higiênico. Até carregar o celular era possível, com alguns postos com todas as marcas de carregadores já acoplados. Nem preciso falar que não vi uma confusãozinha sequer. O clima do festival era maravilhoso, inesquecível!

Quem tiver a oportunidade de ir esse ano (e me deixar com invejinha), ou apenas tiver curiosidade, dá uma olhadinha no Line up do Rock Werchter 2009. Mais uma vez, tá muito bom.

Site do festival: http://www.rockwerchter.be/

*Só pra dar um gostinho, o alucinante show do The Chemical Brothers, com seus incríveis efeitos visuais:

quinta-feira, 11 de junho de 2009

"A culpa é dos outros!"


Através dos olhos dos outros, vemos como a nossa imagem está sendo refletida. É como um espelho-mágico que não nos esconde nada, nem aquele pneuzinho saltando na lateral da barriga e nem o que acham daquelas coisas que você diz, às vezes, quando bebe todas. Mas como sempre a culpa tem que ser de alguém, é claro que é o espelho da academia que engorda, pra fazer você malhar mais, ou a culpa é do álcool, no caso da bebedeira (e é claro que você vai ter uma amnésia alcoólica quando convir).

-"Mas que injustiça! Fulaninho nem sabia o que se passava pela minha cabeça pra eu dizer aquelas coisas e fica aí me julgando". Óbvio, primeiro pelo fator-surpresa: aquela pessoa fechada, super na dela, usou a cachaça como um 'soro da verdade' e saiu se revelando (e aprontando) por aí, depois porque todo mundo tem os seus valores, e como todo ser humano, tem mania de julgar as atitudes dos outros, mesmo sem saber os motivos internos que levaram a pessoa agir daquela forma.

Por outro lado, é através dos outros que percebemos que existimos. É verdade, quer ver? Como é que você sabe se tá vivo se ninguém olhar/falar/escutar/perceber/tocar/se dirigir a você? É como se alguém tivesse morrido, não soubesse que está morto e não entendesse o porquê das pessoas não percebem a sua presença (digno de filme de Sessão da Tarde). É, só que ninguém pode viver pautado pela cabeça alheia, tirando o corpo fora das próprias decisões e apontando o dedo pros "culpados" das próprias falhas e frustrações, renegando a liberdade que todo mundo tem em escolher, desde o que vestir até que caminho seguir. Isso é o que Jean Paul Sartre chama de covardia, através da qual agimos pela má fé da nossa consciência.

É com esse pensamento, chamado de existencialismo, que Sartre escreveu, em 1944, uma peça chamada "Entre Quatro Paredes" ("Huis Clos"), onde a ideia de “ser para o outro” é mostrada através dos personagens Estelle, Garcin e Inês. Na peça, os três personagens mortos, chegam a um “inferno” nada convencional: uma sala fechada, sem janelas, espelhos, aberturas - e muito menos diabinhos chifrudos e cheiro de enxofre - num lugar onde sempre está claro e ninguém dorme, condenados a uma convivência e julgamentos eternos, cada um é o "carrasco" do outro. Afinal, "o inferno são os outros"!

-------------------------------------------------------------------------------------------------

Para quem curte teatro, o texto "Entre Quatro Paredes" está sendo montado pelo Grupo Graxa de Teatro e tem estreia prevista pro final de julho. Como alguns sabem, estou fazendo uma reportagem (escrita) sobre o trabalho do grupo durante a criação do espetáculo. E, como tenho acompanhado os ensaios, recomendo a peça!
Quando tiver mais informações, posto aqui.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Agora vai!


Depois do meu antigo, e entregue às moscas, blog Ladrilhante - que ganhava um postzinho de vez em nunca - eis que surge o Ócio Felino, que nasceu a partir de um surto de vontade de ter um blog decente (e que contenha posts frenquentes).

Confesso que a minha criatividade para escrever andava meio flácida, como um músculo preguiçoso quando não é muito exercitado. Porém, agora entrei na "academia" do tcc (trabalho de conclusão de curso) e, como tenho que escrever uma grande reportagem, ando me exercitando bastante.

Os primeiros posts do Ócio Felino foram importados do extinto Ladrilhante (tinha que começar com alguma coisa, né!) e a partir de agora, postarei textos inéditos sobre tudo o que as minhas horas de ócio e a minha mente "felina", em frente a uma tela de computador permitir, mas sempre dentro de temas como: cultura, viagens (em todos os sentidos), curiosidades, pontos de vista e blá blá blá's.

Muitos blogs que eu acompanho me inspiraram a voltar (ou entrar de vez) na blogosfera, assim como a minha (cri)atividade cerebral, que voltou a dar sinais na área da escrita. Espero que esse humilde blog felino possa contribuir com coisinhas interessantes pros momentos em que vocês estejam aí, navegando na net sem rumo...

Divirtam-se e aninhem-se! O balaio é todo de vocês!